POETAS DO SAMBA - ANICETO DA PORTELA
DESENGANO
(Aniceto da Portela)
Um desengano dói
A minha alma tanto sente
Uma dor pungente
Que invadiu meu coração
Depois de ser tão benevolente
Deste-me o desprezo en vez de gratidão,
Mas nen sequer recompensaste a regalia
Que gozaste em minha companhia
Sempre procurei te agradar porém em vão
Me abandonaste sem qualquer satisfação
Hoje vivo assim a lamentar a minha sorte
Talvez só esquecerei com a morte.
Ao lamentar o desengano que sofreste,
Sentes na alma a dor sem fim do abandono,
Que te magoa, fere e até te tira o sono,
E por consolo, tu não vês nada que preste
Para afastar a triste mancha do desprezo
Do coração que sempre amou mais que a si mesmo
E sem destino, tu caminhas sempre a esmo,
Com espírito atormentado e surpreso.
Mas és poeta de valor, mestre Aniceto,
E da tristeza que te atinge tu compões
Esta relíquia que a Portela, até agora,
Ainda canta com orgulho e a toda hora
Reverencia, entre os sambistas campeões,
O imortal nome d'um compositor dileto.
Bom dia, amigos.
Ótima quarta, Deus os abençoe. Bem-vindos à NOSSA página.