RESSURREIÇÃO DO BARDO EM DÓ MAIOR: Soneto petrarquiano clássico em versos brancos
Eu, que sei tudo, só não sei quem sou:
Uma vaga novela incompreendida…
Eu vivo a cada instante a minha vida
Na praia abstrusa, modorrando à toa.
Rio entre arestas, e grotões, e matos,
Algozes vis de uma alma consumida:
Bandeirante esquecido, sem vitória,
Ardo na chama intensa dos desejos…
Ressuscitado pelas horas mortas:
Vi tesouros sem conta: entre as umbrosas
Ondas de angústia, em suspiroso arranco.
Só vejo sobre a areia vagos traços
E em cada olhar sem luz um sol sem vida.
Irei morar onde as Desgraças moram.