SONETO DA SAUDADE II

Quando escuto-te num pensamento,

Num fragmento efêmero e vão,

Tua voz voa solta no vento,

Apoderando-se da canção.

Quando vejo-te num pensamento

Passageiro, caduco e fulgaz,

Seu olhar sempre estampa um lamento,

Mesmo quando aferrado e tenaz.

Quando enlaço-te num pensamento,

Resvalando esse membro faminto

Num contato Homogêneo e cortês,

É que, esfomeado e lazarento,

Me arriscando no seu labirinto,

Sinto felicidade outra vez.

Cassio Calazans
Enviado por Cassio Calazans em 29/11/2019
Código do texto: T6806354
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