SONETO DA SAUDADE II
Quando escuto-te num pensamento,
Num fragmento efêmero e vão,
Tua voz voa solta no vento,
Apoderando-se da canção.
Quando vejo-te num pensamento
Passageiro, caduco e fulgaz,
Seu olhar sempre estampa um lamento,
Mesmo quando aferrado e tenaz.
Quando enlaço-te num pensamento,
Resvalando esse membro faminto
Num contato Homogêneo e cortês,
É que, esfomeado e lazarento,
Me arriscando no seu labirinto,
Sinto felicidade outra vez.