DONZELA.
Nota.
No dia de hoje, devido a problemas renais, passei a tarde inteira e parte da noite no pronto atendimento. Tive que ser medicado, e uma vez na sala de enfermagem, certa enfermeira, jovem, mui bela, atenciosa, me atendeu. Passei algumas horas ali, poeta que sou, escrevi este soneto à bela e atenciosa donzela que me atendeu. Eis aí o resultado.
A bela donzela que na sala encontrava-se,
De louros cabelos como nunca se viu,
Na perfeição juvenil seu corpo desenhava-se,
O meu coração de encanto se vestiu.
Lá figurava este poeta moribundo,
Cismoso a tudo observando,
A bela que estava tão atarefada,
Ao risco da minha pena destinada.
Os versos que aqui se encontram,
Escritos entre a dor e o gemido,
Sutil pena de profetizar destemido.
Preso a poltrona azul do esquecimento,
Admirando a bela que ali desfilava,
Eternizo-a em tão modesto pensamento.