ACEDIA
De quantas me livrou e também me fez a entrega...
Nenhuma quimera me fez livre do teu julgo
Na vivência trôpega e no leito côncavo que não nega
Sou teu discípulo mais tenaz e nunca o refugo
O eterno habitante lunar em prosa e experiência
Apático no amâgo e cansado após o repouso
Aquele que com uma bela máscara traveste sua indolência
Como a justificar seu rasteiro e ignóbil gozo...
Um fim não atestado que se esparrama sobre os ventos tardios
Que tremem as estruturas da casa de madeira que construí ignorando as de rocha
O lar da poeira que me cobre e da companha furtiva daqueles também pouco sadios...
Como o urso estico o braço pra puxar as sobras enquanto outro ciclo se inicia
Desfiado do término azul desbotado da minha eterna incapacidade...
Que voluntariamente me decompõe dia após dia.