ECLÂMPSIA

 

Naquele momento, passiva e sem cor,

Na meiga expressão reborava uma luz,

E como em sinal, do aceitar sua cruz,

Nos Olhos serenos luziam o amor.

 

- Foi tudo tão breve...! Magia e esplendor...!

'No tenro frescor em que o sonho conduz,

A morte interrompe o que a vida seduz;

Sutil, traiçoeira, causando pavor!'

 

Ó sina... Ó sina... Que u'a vida impedia;

- Do ventre latente, gestante de amor -

Do sonho de mãe afagar sua cria!

 

Doença maldita, hipertensa, impiedosa,

cravando os espinhos, vazantes de dor;

Suprime o amor... Põe na laje uma rosa.

 

 

(Dedicado a uma colega que partiu precocemente, em decorrência desse mal)

Aila Brito
Enviado por Aila Brito em 27/11/2019
Reeditado em 26/02/2022
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