SONETO DA SUPER AÇÃO
Crédula luz recomeça a surgir;
Resiste às sombras um raio de sol;
Entorpecida, a razão de existir
Soa num lídio sétima bemol.
Cresce, no horto, uma flor de hortelã;
Um cheiro forte; uma brisa; o verão;
Esse furor, típico da estação,
Brinda-nos com furiosa manhã.
As folhas mortas recolhem-se atrás;
Pássaros pousam e escutam, do chão,
O som da lira do menino Orfeu;
Outro veleiro atracou no cais,
Mais um poema tornou-se canção;
Já não me importa se você não leu.