Soneto Peregrino
Noite, silêncio, uma alma murmura,
Deserta a rua, deserto o firmamento.
Somente uma alma perdida procura
E caminha, impelida pelo vento.
Segue batendo à porta do tormento
E encontra mil portas na noite escura.
Abre uma, fecha outra e a cada momento
Vai abrindo as portas da vida futura.
A noite é escura, a rua está deserta,
A alma segue, firme em seu caminhar,
Na escuridão de sua vida incerta.
Passa por este mundo e, ao passar,
Encontra a porta do futuro aberta
E outras mil portas que ela há de fechar...