Soneto do desamor
Ó Vulto nefasto, a contenda então proclama
O sono faz-se solene ensaio ao adormecer fatal
Leito estertor és o manto da gélida cama
Donde se permeiam assombros da crise existencial
Pela desilusão no amor verdadeiro estampada no rosto
Na procura do alma gêmea que lhe seria esteio
Antes que seja o gozo do escárnio alheio
A morte serena é o alívio na pernoite de agosto
O Viver, sentir, resistir... apenas a proeza desprezível
Da aventura em vão face a magnitude do impossível
Se um certo alguém a seu sofrer é inclemente
Ah solidão! que todos te julgam ser um blefe
A sete palmos quiçá serás o ensejo brevemente
Bem acolhido na superfície d'uma esquife