BOBA ABELHA
Flutua abelha abobada ao vento
na vida em nada coerente e justa
que não serena, tampouco assusta;
o seu labor é engolir momento.
De sentimento sedado, oculto,
a abelha gente prossegue lerda;
sequer difere manjar de merda
em seu resumo de mundo, o culto.
Vagueia sobre a extensão dos fatos,
ao céu cinzento de vesgos atos,
rodando só, sem qualquer ligame.
Enfim retorna a sugar agoras,
ferroando o fero esvoaçar das horas,
a seus restritos colmeia, enxame.