Ele, o corvo

 
Ele, altivo e preponderante, abria as suas asas longas, viçosas e negras

Sua bela cor escura, brilhava com os primeiros raios de sol no amanhecer

E conforme eu me aproximava, ele girava seu corpo, tentando prevalecer

Exibia com a escultural maestria, de uma ave excepcional, na plena magia.



No mais alto galho de uma árvore ereta, ressequida pela dormência da estação

Sem mais nenhuma folha que determinasse a sua espécie, e natural proteção

Ele, esbelto erguia seu dorso, observando seus alvos, para habitual sustentação

De uma ave carnívora, que espreita para a limpeza beneficente, com a sua valia.



Sente a sensação do frescor e do calor do sol, imanando uma reação diferente

Aprecia silencioso como uma ave astuta sabe fazer, ele vai e purifica cauteloso

Não era tamanha a fone para saciar, mais parecia sentir o amanhecer, e viver.



Sem esperar, ou desesperar, apenas estava ali. No topo daquela árvore, inerte

Aquecendo seu belo corpo, sem ter que justificar para o que veio. Majestoso!

Se vive, faz o seu melhor. Mesmo do alto de um galho seco, como qualquer ser.



 

Texto: Miriam Carmignan