Só eu que vias tu no céu deserto
Só eu que vias tu no céu deserto,
envolto nas brumas de um dia nevoento...
E sentindo no rosto tocar-me o vento,
ia como nuvens sem destino certo.
Olhos ao redor eis que se perdem,
e nos trilhos de um campo vário...
Meus sonhos do peito eis que pendem,
meu sonhos, como o lírio solitário.
Quando planges nesta estrada teu sino,
ouço, pois, o que me diz, soturna
a voz que bradas em meu destino.
"Terás em lágrimas os olhos imersos,
e seguirás como à ave noturna,
cantando nesta terra os teus versos."