Soneto

A noite turva suja a paisagem

De sonho e caos em nítido delírio.

Vasto cenário que se abre em lírio,

Cujo céu mais parece uma miragem.

Metal e pó oscilam na voragem

Do tempo, que desfila seu martírio.

Sombras inertes se anulam no frio,

Como reflexos de uma falsa imagem.

Carros transitam em plena contramão

Do espaço e da total civilidade,

Detona-se o paiol da confusão,

E tanto se confunde a realidade

Que a gente não sabe se ela é ilusão

Ou se a ilusão é uma grande verdade...

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 17/11/2019
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