Soneto
A noite turva suja a paisagem
De sonho e caos em nítido delírio.
Vasto cenário que se abre em lírio,
Cujo céu mais parece uma miragem.
Metal e pó oscilam na voragem
Do tempo, que desfila seu martírio.
Sombras inertes se anulam no frio,
Como reflexos de uma falsa imagem.
Carros transitam em plena contramão
Do espaço e da total civilidade,
Detona-se o paiol da confusão,
E tanto se confunde a realidade
Que a gente não sabe se ela é ilusão
Ou se a ilusão é uma grande verdade...