Soneto Existencial

À noite, enquanto, alta, a Lua chora

suas desventuras sobre a terra impura,

vê-se lá longe uma triste figura

silenciosamente indo embora.

Talvez a ele tenha chegado a hora

de se lançar a uma nova aventura,

talvez seja um filósofo à procura

de uma resposta jamais alcançada.

Vai-se o sujeito, leva um livro à mão,

talvez um Heidegger na escuridão,

enigmático, a se consumir,

e encontra além outra figura alada,

tentando no existir ser encontrada

e se perdendo fora do existir.

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 17/11/2019
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