NA PRAIA DA SAUDADE
“Para Xavier Zarco”
(à sombra do penedo da saudade)
Nesta diáspora brava, tão sentimental:
Três vultos-vates, Nobre, Pessanha e Xavier
Os três “peregrinos perdidos vagamundos"
São aqui, nestes versos d´ alma, bem profundos,
Um fogo ardente num eixo firme de cristal...
Versos-ode-canção, versos quer e não quer,
Saindo da praia do penedo e da saudade
(Poetas de vida intensa, máscara de verdade) …
Eis de Pessanha e Nobre, poema acrescentado,
E outros poetas, em louco palco engalanado...
Não é néctar, nem ópio, nem canto ou sarabanda
Nem é apenas um "busto"... Ou Jardim da Sereia…
Mas, tão só, um exílio pendente em corda-bamba,
De «corpo inteiro», em galante e fogosa ideia!
Partir ou não partir – não há sonho que não saia! –
Mas importa, porém, brindar à solidão
Arriscando, porventura, o morrer na praia,
Na Praia da Saudade mas… de amor não!
Frassino Machado
In INSTÂNCIAS DE MIM