Soneto Noturno

A noite tem janelas e amplidões,

tem passos ébrios, fortes, impassíveis.

É um reino de estúpidas diversões,

um circo de acrobacias falíveis.

Tem antenas atentas em seus plantões

que captam poemas taquicardíveis.

Os bares guardam bêbados foliões

e leões de corações comestíveis.

Eu bebo à noite e a este vão momento,

na minha embarcação subjetiva

que naufraga em árduo questionamento.

Saúdo aos que erguem o copo e bradam um viva,

depois mergulham em um negro pensamento,

reféns da existência sempre à deriva.

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 12/11/2019
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