Soneto Existencialista

A multidão eletrizada e louca

segue os caminhos, as ruas sem dono.

Há um desejo em cada ávida boca

de beber e de ser todo o oceano.

Cada passo na distância se engrandece

e o ser continua a sua procura,

sem que essa procura jamais cesse,

alimentada além pela fissura.

O tempo tremula, convidativo,

o azul dá uma idéia de mais fundo,

revela em si o ápice do vivo.

Circula na seiva, a cada segundo,

um ímpeto que lança o ser (motivo?)

à sua própria origem no mais fundo.

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 12/11/2019
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