Exalem estes versos todo perfume
Exalem estes versos todo perfume,
dos lírios que florescem na madrugada.
Lembrem estes da montanha o cume,
que beijam doirados os lábios na alvorada.
Na floresta, o pássaro solitário,
tragam estes versos o canto que entoas...
As folhas que jazem num campo vário,
idos os tempos que n'alma inda ecoas.
E no céu, estrelas, e a lua que renovas,
ó alma, que andas triste a lembrares,
solitária uma capela em meio as covas.
Áureas que pendem ao findar-se d'aurora,
cantem estes versos meus pesares,
cantem o silêncio do lírio que aflora.