SONETO AMORÁVEL

Eu disse a mim mesmo que viveria sem você

Ledo engano, o meu coração não me obedece

Não sou forte o bastante, como se quisesse

Ser. Repito a cada instante, mereço? Por quê?

Às vezes o tempo fica sem o dia, ali vazio

E a obscuridão da noite me traz a solidão

Nada digo, nada tenho, eterna imensidão

Sem você, o querer escorre pelo beiral frio

Não sei mais ser forte, no horizonte a alma

E eu aqui perdido num labirinto de trauma

Quanto mais tento sair, mais a desarmonia

Eu menti para mim mesmo, até machucar

Que eu saberia poetar sem poder te amar

Aqui eu, ainda, lhe poetando amor na poesia...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado

09 de novembro de 2019 – Cerrado goiano

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 09/11/2019
Reeditado em 09/11/2019
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