ADICTO
ADICTO
Ignora onde o factício; onde o fictício,
De tudo quanto narra d'olhos fundos
E espera de seus sonhos vagabundos
Que expressem um enigma sub-reptício.
Considera inverosímel desde o início
Esse amplo trafegar por vãos rotundos,
Mas hesita uma dezena de segundos,
Antes de s'entregar todo ao seu vício.
Apenas necessita o que deseja.
O resto adia para após a morte
Por mais básico e físico que seja.
Êxtase... Sem que nada já importe,
Enquanto mais veneno gargareja,
Certo que se não mata faz mais forte.
Betim - 08 11 2019