FILHOS DO CAMINHO...

Os meus poemas, filhos das mazelas

Do subemprego, filhos dos banqueiros

Dos latifúndios podres, dos herdeiros

Do Estado proprietário, das favelas...

Mas das favelas presas por vielas

De olhos tristes lá tão verdadeiros

Os meus poemas são do chão obreiros

E filhos são também das coisas belas...

Se filhos dos foreiros eu protesto

Se filhos da alvorada eu empresto

Um verso de amor a um passarinho...

Se algum enfim parece ser bastardo

Assino a certidão, dou atestado

Poemas são os filhos do caminho...

Autor: André Luiz Pinheiro

08/11/2019