POEMA SEPULTO...
Nessa manhã cinzenta, voa desatenta
A minha mente, qual a ave sem guarita
Nas asas sobe até a solidão que habita
A paz dos astros a girarem na placenta
Do universo em versos soltos na tormenta
Do caos perfeito, com efeito, à mão bendita
Que escreve seu poema à linha infinita
Apenas dando-me uma rima virulenta...
Que contamina minha vida de poeta
Impertinente, insistente, obstetra
Das vis palavras, filhas em um parto oculto...
Retorno da viagem sob um céu mais claro
O dia já vai alto, alto ao sol declaro
Poema, sob à luz da aurora eu te sepulto!...
Autor: André Luiz Pinheiro
06/11/2019