Desdém
Quando cheguei repleta de sonhos
Ele me aguardava impaciente
Estirou-me seu olhar mais tristonho
Fez trejeitos como quem diz: “se sente”
Eu me abreviei para o mesmo beijo
Que sempre concedia com paixão
Mas ele recuou já sem desejo
Mesmo sem abrir a boca, disse não
Narrou-me que já não me amava
E nem teve pesar do meu pranto
Que escorria como tristes lavas
A polir da minha face todos os encantos
Ao partir olhei para ver se me olhava
E ele já sorria de alívios tantos.