A MUSA
Traduzir teu silêncio em sentimentos,
cicatriz anotada de tua alma.
Meu ofício é garimpar prazer e trauma,
sem pudor, censura ou comedimento.
A sensibilidade se opõe calma
ao marasmo das certezas que enfrento.
Co’a fome de te ler todo momento,
desvendar-te como às linhas da palma.
A flor da pele, jardim derradeiro...
Primavera arrepia teus canteiros!
Outros versos te fazem companhia.
E percebo minha insignificância,
cultivada no tonel da arrogância.
Eu sou poeta. Você, poesia!
*Interação ao soneto SENSIBILIDADE de Poeta Carioca.