Soneto da saudade
Finados! O encontro marcado com a saudade
A visita ao jazigo, por assim dizer, é gesto simbólico
Na certeza que a dor da perda faz-se momento único
Quem amamos descansam sob o sossego da eternidade
Amarga realidade! saber que um dia aquela cova
Acolher-me-a' ,o corpo vencido, pois a morte é viva prova
Que nada podemos contra o chamado fúnebre
Somos matéria frágil cuja vida acusa ser breve
Ah memória afetiva! valhe-me como sublime alento
Da presença de entes queridos não tenho tal dádiva
Pois vossas carnes ao bicho da terra fez-se alimento(s)
A cada feriado esse íntimo gozo da lembrança
Do feliz convívio de outrora, uma imagem cativa
Noutro plano reencontrá-los é tênue a esperança