SONETO

Sinto desfalecer o meu coração,

Aos poucos vou morrendo lentamente,

Sinto que também não sou gente,

De existir não vejo nenhuma razão.

A vida não é assim tão importante, Não!

Nesta vida sou cada vez mui dif'rente,

E mui inf'liz na vida mui mesmo consciente,

Nasci na verdade sem nenhuma vocação.

Sem talento mas com alguma sensibilidade,

Com gosto vivendo esta triste realidade...

Eu não vivo, estou morto neste País.

Um morto vivo que anda mui d'siludido,

Cheio de espinhos na vida mui perdido,

Que me deitaram ao Mundo desta raiz.

FERNANDO R. MARTINS

12/09/95

TÓLU
Enviado por TÓLU em 01/11/2019
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