Dama de espadas

És a possuidora das águas da fonte;

Da grama que nasceu às margens;

Do regato, do campo e do monte;

Das flores que enfeitam a paisagem.

Do orvalho que se vai com a aragem;

Das nuvens suspensas no horizonte;

Das plantas desnudas de ramagem;

Da dúvida incessante em tua fronte.

Dama de espadas no baralho do

Impossível, sereia de amores não

Domesticados e ficcionais desejos.

Conhecedora da alma dos proscritos:

Poetas das coisas frágeis do chão.

Dominadora de carmas e beijos.

João Barros
Enviado por João Barros em 30/10/2019
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