A MENINA DA SERRA
Rouquenha pela estrada alvissareira,
Cantadeira oh Clarice! Ao por do sol,
Tal lua, beijando as águas da ribeira,
Deslumbre avermelhado, o arrebol!
Ao longo do horizonte o céu e o mar,
Colorindo em anel aquele atol,
Um véu esfumaçado, lagoa e ar,
Coágulos de luz, doirando o sol!
Reboladenha tu Clarice, vai...
Por aí, co'os teus pezinhos empoeirados,
Mesmo sujos, são lindos, são demais!
Uma princesa, mora ali na serra,
Extrovertida a musa da beleza,
Não se engana, não mente, pouco erra!