A UM AMOR PERDIDO (soneto)

Quando a primeira vez se perde o amor

Que do leito acordou, ali gemendo e só

Dentro do peito a tristeza se faz em nó

E desabrocha a flor de lágrima e suor

A vida sente os olhos mareados, forrobodó

Sobe-lhe um amargo, e o primeiro ardor

Do queixume, do pesar, de um pecador

Tal a rosa, de perfume e espinhos, dá dó

Então a alma se traveste de desventura

Numa torpeza de paixão e de mágoa

Onde o sonhador é bravo sem bravura

Assim neste pranto em verso de bágua

Teu cheiro é açoite sem doce candura

E tua lembrança nos arde em frágua...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado

25/10/2019, 23’47” - Cerrado goiano

Olavobilaquiando

Luciano Spagnol poeta do cerrado
Enviado por Luciano Spagnol poeta do cerrado em 26/10/2019
Reeditado em 31/10/2019
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