SONETO DE UM SUICIDA

Sei que não suportam minha presença

É como se ela em si fosse ofensa

Eu percebo que não gostam de mim

Na vida só melancolia sem fim

Incomoda-me tanta indiferença

Numa sensação de tristeza imensa

Não queria mesmo me sentir assim

Como terreno fértil sem jardim

Deletei-me no aconchego da morte

Em atitude drástica decerto

Por acreditar que nunca fui forte

E como precisei de alguém por perto!

Que mudasse o rumo da minha sorte

Antes do descanso num caixão aberto