SONETO PÓSTUMO

O destino me mostra de repente

Que a vida já não tem o mesmo encanto

Nesta dor a dilacerar a gente

Em que o sorriso deu lugar ao pranto

Só quem perdeu sabe o que a alma sente

Ao sucumbir em algo que dói tanto

Ante a saudade que se fez ardente

Numa queda que não sei se levanto

Ó meu Deus! Como pôde ser capaz?

De tão cedo levá-lo ao Céu num ai

Se sabes a falta que ele me faz

Na minha triste lágrima que cai

Em face da dura campa onde jaz

A quem com orgulho chamei de pai