CONTRIÇÃO
A vida... já saudade em branco e preto
estreia em um cinema ilusório.
Na avenida central do purgatório,
remetendo a um pretérito imperfeito.
Pecados são prazeres provisórios,
carvão que antes do fogo era graveto.
Fogueira de vaidade e preconceito,
ardendo entre o fracasso e o vexatório.
Eis que a eternidade chega covarde:
“Bom dia!”... “Boa noite!”... “Boa tarde!”
Desfilam em infame romaria.
Na tela, minha derradeira lápide,
palavras rastejando tal qual áspides...
“Aqui jaz quem outrora não sabia”.
*em interação ao soneto “A TELA” de Poeta Carioca.