OCEANOS

A folha que cai e das demais se afasta,

viagem derradeira rumo à terra.

Esperanças e lamentos, encerra.

Flanando no vazio em que se arrasta.

Retrato da solitude madrasta,

que, ingênuo, o amor disfarça, mas não erra.

Posto que se na paixão armam-se guerras,

o sofrimento é na vida o que basta.

Náufrago no oceano da existência,

onde só o desespero dá ciência,

navego. Por preciso e necessário.

Assim, roubando versos aos poetas,

caminhando nem sempre em linha reta,

afundo no mar morto imaginário!

*em interação ao soneto Mar Morto de Poeta Carioca.

Fonseca da Rocha
Enviado por Fonseca da Rocha em 25/10/2019
Código do texto: T6778780
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