OCEANOS
A folha que cai e das demais se afasta,
viagem derradeira rumo à terra.
Esperanças e lamentos, encerra.
Flanando no vazio em que se arrasta.
Retrato da solitude madrasta,
que, ingênuo, o amor disfarça, mas não erra.
Posto que se na paixão armam-se guerras,
o sofrimento é na vida o que basta.
Náufrago no oceano da existência,
onde só o desespero dá ciência,
navego. Por preciso e necessário.
Assim, roubando versos aos poetas,
caminhando nem sempre em linha reta,
afundo no mar morto imaginário!
*em interação ao soneto Mar Morto de Poeta Carioca.