AMOR EM CADEIA

Joguei meu coração aos cães vadios

Por não mais suportar a dor, o peso...

E saíram sanguíneos, arredios

Matando a fome em pulso e desprezo.

Um tombou duro, tinha olhos vazios,

Outro se retorceu triste indefeso

De meus enganos, medos, calafrios,

Do fardo de ilusões e menosprezo.

Incauto um urubu vendo a canina

Carcaça, achou na fome botar fim,

Não voltou a voar... em carnificina

Roeram-lhe mil vermes num motim,

Também mortos da mesma toxina

Que envenenou a vida que há mim.

Renan Ivanildo
Enviado por Renan Ivanildo em 25/10/2019
Reeditado em 05/09/2024
Código do texto: T6778745
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