AS DUAS FACES DO TEMPO
A medição do tempo é algo muito louco.
Quando numa festa, e se ela nos agrada,
A gente vai ficando, vara a madrugada,
E ao terminar ainda acha que foi pouco.
Outro dia, o bebê chora de ficar roxo.
De tão cansada, a mãe está desesperada,
É meia-noite e ainda acordada,
Acha que não resiste a tanto sufoco.
Mesma pessoa, diferente situação.
Numa delas o tempo voa qual tufão,
Na outra, ele não passa e até se alonga.
Em uma, estava dançando a la conga,
Na outra, em casa, longe da diversão,
Vê o quanto pesa a doce obrigação.