TUDO SOBRE TODAS AS COISAS

TUDO SOBRE TODAS AS COISAS

Sem que nada soubesse, tudo disse...

Havia uma candura em sua face,

Que muito embora o tempo lhe passasse

Aparentava ainda meninice.

Não acreditaria se não visse:

Entre as idas e vindas d'um impasse,

Riso que tanta angústia segredasse

Embora a costumeira gaiatice.

A teoria de tudo e o afã de nadas.

Nos olhos, nebulosas consteladas

Giram em derredor de seu sorriso.

Talvez a gaia ciência nietzschiana

Lance luzes em sua dor humana,

Enfim perdidos Deus e o paraíso.

Matozinhos - 22 10 2019