AURA INCONSTANTE
Alguns dias, nos vemos num mundo cruel.
Perplexos, catalépticos, sem emoção.
Não mais que meros trapos jogados no chão,
Com os olhos vidrados num branco papel.
Outras folhas, riscadas, jogadas ao léu,
Palavras e temas, ideias ... onde estão?
É que somos escravos da inspiração,
E sua falta dá num tremendo escarcéu.
Esta aura inconstante, eterna viajante,
Não tem porto, não tem pouso e nem morada.
Quando vem, é visita sem hora marcada.
Se está de bom humor, deixa um pouco de si,
Quando de cara amarrada, não deixa nada.
E a gente? Fica pior do que estava antes.
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Mais uma interação do mestre fcorreia lima:
=INDEPENDENTE AURA PEREGRINA=
Aura inconstante que não me seduz,
Mas que dispõe-me brilho semelhante.
Mesmo que o clarão seja inconstante,
À luminância clara me conduz.
Ou que apareça através da luz.
Até na claridade do brilhante,
Sabendo pela luz que está distante,
Sair do escuro é ao que faço jus.
Quisera ter uma aura peregrina,
Daquelas que o brilho determina,
Porque só vem e chega quando quer.
Não sei se esta aura que irradia,
Só vale pro poeta ou poesia,
Ou a mesma dos olhos da mulher.
Fernando Cunha Lima