A Insustentável Sujeira Do Ser
Sendo eu no fundo da lixeira
Mergulho e procuro semelhanças
Mas cá estou ainda sem esperanças
Procurando a mim na sujeira...
No lixo, procuro em meu âmago:
O que me faz a escória, diferente?
Por que fujo se estou ausente?
Por que, por que decepciono tanto?
Não sou nada para ser resto,
Não valo um mísero copo d'água,
Então eis o meu simples protesto:
Morderei a mão que me afaga;
Moerei essa vida que tanto detesto;
Morrerei sendo somente um nada.