A Insustentável Sujeira Do Ser

Sendo eu no fundo da lixeira

Mergulho e procuro semelhanças

Mas cá estou ainda sem esperanças

Procurando a mim na sujeira...

No lixo, procuro em meu âmago:

O que me faz a escória, diferente?

Por que fujo se estou ausente?

Por que, por que decepciono tanto?

Não sou nada para ser resto,

Não valo um mísero copo d'água,

Então eis o meu simples protesto:

Morderei a mão que me afaga;

Moerei essa vida que tanto detesto;

Morrerei sendo somente um nada.

Costa Vitor
Enviado por Costa Vitor em 20/10/2019
Código do texto: T6774812
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