Soneto Nietzschiano
Não ser na vida mais que um peregrino
Marcado na carne pelo Sinal,
Ser um louco, um libertário animal
E banhar-se num lago cristalino.
Fugir de tudo o que seja divino,
Ser humano, falível e normal,
Acima do bem e acima do mal,
E construir o seu próprio destino.
Deixar a alma inteira se esvaziar,
Poder sentir na noite a grande ausência
E nessa ausência ser e se encontrar.
Não oferecer nenhuma resistência
E deixar-se sem medo aniquilar
E renascer do abismo para a Essência.