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NAVEGANTE [858]
 


Versejar, versejar e versejar...
Este, sim, eis tão só o meu ensejo,
que poeta não sou, eu só versejo,
a fim de, navegante, navegar.
 

Mas um bardo veleja sem o mar,
como quem já navega, tendo pejo,
nas palavras propondo o seu desejo,
onde sempre costuma cavalgar.
 

No pavão não se bote mar d’enfeite.
Assim, num versejar haja deleite,
tanto quanto se rimem doces ais.
 

E, na lira que for, sem maneirismo,
bem pudera deitar-lhe mais lirismo,
ao compasso de acordes musicais.

 

Fort., 17/10/2019.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 17/10/2019
Código do texto: T6771863
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