MELODRAMA
Um trago a mais e a cantoria inflama,
Sob estrelas e a lua uma paixão,
Tropeçando na língua acende a chama
Maldita de um amor de perdição.
Um eco repercute a voz que clama
Desafinada, um nome num refrão,
Um desequilibrado em melodrama
Mal entoando a voz do coração.
E quem jamais bebeu do dissabor,
Que não se permitiu a tal loucura
Romântica igual de um trovador?
Ah, se pecado for ser sonhador!
Quem peca assim que nunca tenha cura
Pois que está perdoado; é por amor.
Grato, belíssima interação:
Por Amor todos perigos podemos correr,
Pra ser bem recompensados com todo prazer.
Os Poetas jamais deixam de ser sonhadores
Ao viver com otimismo, que neles medra.
Muitos beijos já roubaram a seus amores
Quem nunca tal fez, que lance a primeira pedra.
(Gualberto Marques)