O não-soneto

O que escrever?

Sigo a perguntar

Não tendo o que dizer,

prefiro me calar

As palavras vêm e vão,

e, sapecas que são,

se escondem de mim

e me deixam assim

desse jeito, sem jeito

de cabeça embaralhada,

com minhas rimas, insatisfeito

nessa métrica atrapalhada,

em um soneto imperfeito

com linhas maltraçadas.

Salvador, 15.10.2019