Um Rimbaud Meio Bêbado

Sou eu que sigo na noite inencontrável,

Que parto de distantes e ermos portos

Feito um barco num mar inavegável

Seguindo a direção de sonhos mortos.

Sou eu que vou de encontro ao inevitável

Sob a opacidade de astros absortos

Na treva, peregrino miserável

Lendo Rimbaud e seus insights tortos.

Sou eu que chego e sou eu que parto,

Que realizo a universal passagem,

Já deste mundo totalmente farto.

Sou eu, ser incorporado à paisagem,

Que passo e faço nascer, como um parto,

A luz de mil viagens na Viagem.

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 15/10/2019
Código do texto: T6770355
Classificação de conteúdo: seguro