AMARGURA

A rua está em silêncio, é madrugada.

Não há sequer nenhuma criatura.

A brisa amena sopra nas calçadas.

A Lua está minguante, a noite escura...

Deitado em minha rede avarandada

A noite deixa em mim uma amargura;

As vezes descem lágrimas caladas

Caídas pelo chão de argila dura...

Eu fico olhando estrelas nestas horas,

Querendo que já venha a nova aurora,

Trazendo a Luz do dia e o seu clarão...

Ai, ai, pobre de mim pois tanto chora

Minh’alma que teu ser tanto ignora,

E vive insone à noite, em solidão!

Arão Filho

São José de Ribamar-MA, 14/10/2019.