Soneto Simbolista (da Escola de Simbolismo Cruz e Souza S/A)

A lua arde no céu como uma esmola,

esfarinha luz sobre o mundo perdido,

e em todo canto há um anjo que se imola

e um relógio velando o tempo ido.

A solidão a alma nua amola,

há mortos em um quadro enegrecido.

O necrológio anuncia o ocorrido:

morreu o Amor - chora uma viola.

A lua rubra no horizonte agoniza,

no mundo há muita treva e confusão.

A alma, sem abrigo e indecisa,

vacila entre a folia e a oração,

sob uma fria e sussurante brisa,

que lambe o corpo caído no chão.

Sarauvirtual
Enviado por Sarauvirtual em 12/10/2019
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