SONETO ALVARESAZEVEDIANO
Lá pela quarta ou quinta virgem morta
Senti morrer em mim o Amor, também,
Qual vida tenra cuja mãe aborta,
Hostil, cruenta e afeita ao que convém.
Previ demências na razão mais torta
À beira desses leitos...sem ninguém!
Sorri, como quem sofre e quem suporta
O mal de amar em vão o que não se tem.
E amar vai sendo amargo desespero
Na treva que a precoce lira exala,
Em sofrimento doce, em dor sincero.
Ali, nas sombras, sórdida cabala
Evoca maus destinos por esmero
E em derredor tudo o mais sonha e cala.
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