SONETO ALVARESAZEVEDIANO

Lá pela quarta ou quinta virgem morta

Senti morrer em mim o Amor, também,

Qual vida tenra cuja mãe aborta,

Hostil, cruenta e afeita ao que convém.

Previ demências na razão mais torta

À beira desses leitos...sem ninguém!

Sorri, como quem sofre e quem suporta

O mal de amar em vão o que não se tem.

E amar vai sendo amargo desespero

Na treva que a precoce lira exala,

Em sofrimento doce, em dor sincero.

Ali, nas sombras, sórdida cabala

Evoca maus destinos por esmero

E em derredor tudo o mais sonha e cala.

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Israel Rozário
Enviado por Israel Rozário em 12/10/2019
Código do texto: T6767418
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