DA ESQUINA
DA ESQUINA
Pediu pão de batata mais café
E junto do balcão olhava a rua.
Ao redor, a cidade se insinua,
No povo que passava em frente a pé.
Através da vitrina a cidade é
E cada linha em fuga a continua
Até onde o Infinito perpetua:
Em paz estava mesmo sem ter fé.
O pedido lhe chega fumegante
E faz pousar os olhos sobre o prato,
Tomando-lhe a atenção por um instante.
Ao fim, fica a sorrir como se grato
Soubesse que me fiz o seu retrato
Tão-só por parecer-me interessante...
Belo Horizonte - 09 10 2019