Mágoas à margem
Eu, reaprendendo a vida
Voltando a cuidar de bois,
Labutando a minha lida
Sem ligar pra quem fui, pois
Transbordadas as medidas,
Quem chora o que derramou,
Se sangra a mesma ferida,
Inunda o que não secou?
Sei de mim: não vale o pranto,
Qual coisa que se perdera,
Que d'antes valesse tanto?
Já escrevo um novo fado,
Assente ao que me valera,
(As mágoas ficam de lado!)