Sonhando vou por estas trilhas frias
Sonhando vou por estas trilhas frias,
trazendo comigo da vida as dores...
Silentes, soturnas e sombrias,
que n'alma brotaram como flores.
A sofrer, eu ando, co'a esperança
por essas ruas tão dolorosas...
Sigo, a embalar-te como uma criança,
as ilusões a desfolhar-lhes como rosas.
Meus clamores aos céus, ó anjo,
só tu, que ouves na madrugada,
merencórios os dobres que eu planjo.
Este canto que entoas, ó alma benfazeja,
alegre és como a ave n'alvorada,
tristuroso como a ave que corveja.