LÁ ONDE

Lá onde o mar chora de tristeza,

Se vê no céu, nuvens de algodão,

E o Vento nervoso por esta vileza,

Grita como luvas de cortiça e papelão.

A chuva meiga como uma princesa,

Nos vem molhar em farrapos de pão

Enquanto o dia com a voz bem presa,

Nos vem dizer que tem toda a razão.

Cai mansinha como uma bela criança,

E lá vem a tarde de tanta esperança,

como tapetes de uma grande ternura.

Naquele hotel onde o jardim de cristal,

Sentado num banco de luz muito irreal,

Aquele olhar de água doce e tão pura.

LUÍS COSTA

09/02/2004

TÓLU
Enviado por TÓLU em 03/10/2019
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